quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O Ovo da Serpente


É uma vergonha eu querer ser uma jornalista de cultura e nunca ter visto um filme de Bergman. Devo admitir que o cara me intimida. Não gosto da ideia de assistir e não gostar (e ser taxada de simplória e rasa) ou falar que gostei para fingir que sou inteligente.
Pois bem. Meu professor Enzo sugeriu que eu assistisse o Ovo da Serpente, pois falava do início do nazismo. Baixei. Assisti. E até os 45 minutos do segundo tempo não havia gostado. Na metade do filme ainda conversei com minha mãe, me resignando a ser uma pessoa mais limitada do que eu própria admitia. 
O filme conta uma semana na vida de Abel Rosenberg em Berlim de 1923. Ele, um judeu estadunidense, é  um trapezista de circo desempregado. Junto com sua ex cunhada tenta entender o que levou ao suicídio do irmão.  
A parte histórica está lá: o desemprego, o anti semitismo, a fome. Heranças da Primeira Guerra que ajudaram a germinar o nazismo. O que me incomodou foi o protagonista. Dá angústia ele não falar quase nada. Os sentimentos estão à flor da pele, mas o diacho não fala. O filme inteiro parece preparado para o trecho final, que discorre expressamente sobre Hitler, seus planos para a Alemanha e o que ela se tornará. Pela parte final valeu ter assistido. Esperava algo denso de Bergman, mas algo diferente.

Mas sou teimosa e não desisto, mais Bergman no próximo post.

Um comentário:

  1. Eu acho que sou bem simplório então. Gosto de filmes pra desligar mesmo a cabeça, tensão já basta no trampo. De qualquer forma pra sua profissão vai ser bem importante, e ese post está super bem escrito, dá pra ver uma evolução exponencial aí de um post pra outro. Parabéns!

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