domingo, 24 de julho de 2011

and I wake up alone


Não conseguia compreender como alguém poderia gostar tanto de um artista a ponto de chorar de verdade pela sua morte. Não passei (como fã) pela morte de Cazuza, Renato Russo, Kurt Cobain, nenhum grande. Lembro que ficar muito chocada pela Cássia Eller, mas eu não gostava tanto dela na época. Até que hoje resolvi ouvir Back to Black pela primeira vez depois do ocorrido. E aí? E aí que por sorte estava entrando no banheiro e pude me trancar no cubiculo chorando copiosamente enquanto entendia que ela se foi. Um fim de semana triste.
Abraço a todos.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Do dia do rock



Momentos:

Minha mãe cantando para mim o que eu pedisse. Minha interpretação favorita era Rita Lee.
Minha irmã fazendo dueto com minha mãe cantando Tim Maia. Não há primavera que não comece sem lembrar disso.
Meu irmão criança cantando Negue com Maria Bethania ou Non je ne regrette rien com a Cássia Eller.
Descobrir com meu irmão aos 40 anos de Sgt Pepper's que eu amo The Beatles.
Parar hipnotisada no meio do Extra com minha mãe ao ver um show do Guns para ver o Axl novinho rebolando.
Ouvir rádio rock com meu pai. Passear com ele ouvindo The Cure. Ver ele chorando ouvindo Astor Piazzolla.
Ver minha mãe aprendendo a dançar.
Meu cunhado e irmã emprestarem cds do The Doors para o desespero dos meus pais.
Quando ganhei uma antologia da Janis Joplin e dias depois minha mãe pedindo pelamordedeus para eu escutar outra coisa.
Chorar copiosamente ouvindo o acústico Lobão e pensar no meu amor.
A Brunna falando que lembra de mim quando ouve a verão tango de Roxanne (até hoje não entendi bem o que ela quis dizer).

Nem tudo disso é rock, mas é uma maravilha saber que minha família é tão musical.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Será que foi tudo isso em vão?

Li, entre ontem e hoje, Renato Russo - O Trovador Solitário, biografia escrita pelo jornalista Arthur Dapieve. Ela narra a infância até um pouco depois da morte do vocalista da Legião Urbana. Conta sobre as influências literárias e musicais de Renato Manfredini Jr. e seu projeto de ter a maior banda de rock do Brasil.
Não tem nenhum momento Caras, não entra muito na vida pessoal, não tem nenhum escândalo e até onde eu saiba nenhuma revelação. Se pauta mais na parte proficional e na Legião Urbana. Os adolesentes de Brasília, o Aborto Elétrico e os primeiros shows. Depois quando o Paralamas do Sucesso canta Química no Rock in Rio e Bi Ribeiro ajuda no contrato com a EMI- Odeon.
Não é um livro chocante, é elegante e atende bem a quem quer saber mais sobre o que influênciou cada disco. Para uma leiga que não viveu aquela época foi um bom livro para o final de semana.

O senhor Renato Russo representa bem o que o senso comum entende como personalidade de artista: sensível, tempestuoso, genial. Suas letras refletem as condições de uma juventude que tinha atingido a liberdade, que poderia se expressar depois de uma longa ditadura militar. Os problemas eram outros: a descoberta do HIV que levou tantas pessoas, a homofobia, a transição política, a instabilidade econômica. Minha mãe fez parte dessa geração e me transmitiu parte de seus gostos musicais.
Hoje quase não me incomodo em ter que emprestar dela seus ídolos na falta de ícones na minha geração.

Como uma boa criança aprendi a cantar Faroeste Caboclo, Eduardo e Mônica e me decepcionei quando não havia mais histórias para cantar. Como adolescente aprendi com Meninos e Meninas que é possível gostar dos dois (conhecia a homoafetividade, mas não sabia da possibilidade de ambos. Isso foi antes do pan sexual) e com 1º de Julho na voz de Cássia Eller eu vislumbro como é o amor maternal e todas as facetas de uma mulher.

Esse começo faz parte de um projeto pessoal para entender melhor o passado recente e principalmente cultural do Brasil. Se você tiver alguma sugestão por gentileza me fale.

Abs a todos.

Repeteco

Post antigo que vale a pena salvar para a posteridade. Salve, Herbert Vianna!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Suor e Lágrimas


Foram cerca de três horas em pé, em um lugar pequeno demais para a ocasião, insuportavelmente quente e abafado, onde uma simples garrafa de água saia por quatro reais. Eu estava passando mal com crise de gastrite e com pressão baixa, pois não havia almoçado. Junte isso ao cheiro insuportável de vários tipos de cigarro e outros odores nada agradáveis: essa foi nossa espera pelo show Paralamas e Titãs Juntos e ao Vivo.

Tenho que admitir que estava morrendo de raiva e de medo que tudo fosse dar errado até que depois de várias tentativas as bandas chegam ao palco.

Fui do purgatório ao céu em segundos. Sim é clichê, mas tudo valeu a pena, foi algo tipo: uau!

Começaram com Diversão do Titãs e emendaram Calibre do Paralamas, não é uma música romântica, nem tão conhecida e muito menos com algum significado especial para mim até aquele momento. Só posso dizer que parei de chorar por poucos momentos no show, me deixando terrivelmente envergonhada e constrangida, acho que as pessoas ao redor pensaram que eu tomei algo que não me caiu bem, mas eu explico. Fora o óbvio de: cara, ouço essas músicas desde que eu nasci, passei minha vida inteira sendo acompanhada por elas, momentos em que descobria o que eu gostava por mim mesma e não só por influência materna, foi mais que isso, você sentir a emoção, a entonação e o modo como aquelas letras são cantadas, a riqueza de ritmos e os temas as vezes não entendidos em determinados momentos por falta de atenção ou maturidade cairam no meu colo de uma vez, um baque!

Nossa geração é tudo junto agora, é imediatista, egoísta e consumista, mas isso não é o pior. O que me deixa mais revoltada é a falta da revolta, o comodismo, a apatia e toda a insegurança. O repertório deles foi como um guia: sim! queremos nos entupir de alcool e prazer, pois somos solitários, não temos mais contatos sadio e normal com outras pessoas, mas isso não resolve. Somos inseguros, reféns do medo e violência que influênciam nossa vida. Queremos, apesar de tudo conseguir algo maior, queremos amar e ser amados, algo puro nosso, queremos poder deixar o cinismo de lado e acreditar em algo bom. E tem que ser uns tios de uma geração passada com mais folêgo que o nosso, mais sentimento, mais paixão para dar uma sacudida dessa na minha cabeça: Eu quero mais, sempre mais!

Eu disse que estava passando mal no show? Pois é, teve um carinha que além de me levar no show, mesmo sem um pingo de vontade de ir me levou, pois sabia que era importante para mim. Esse cara passou quase seis horas em pé me segurando, mesmo quando eu me sentia bem o bastante para gritar a plenos pulmões e pular (se tivesse espaço para isso), ele aguentou firme, me protegeu fisicamente para que não esbarrasem em mim, não me empurrasem, me levou com toda segurança para a saída, me colocou no carro, me alimentou, me colocou na cama e me acalmou até eu dormir. Essa noite ele colocou fisicamente o que tem feito desde quando nos conhecemos, desde antes de eu vir para cá: cuida de mim, me segura, está ao meu lado para o que der e vier, me protege, está ali para me abraçar, me amparar, dividir minhas alegrias e lágrimas, está perto para que eu possa o beijar apaixonadamente e me acompanhar nessa nossa jornada.

Então, baby por isso e mais um pouco eu berrei, me emocionei e chorei muito. Não consegui administrar todas essas emoções. Isso e porque Paralamas e Titãs são phoddas demais.


Eder, obrigada pela noite perfeita, apesar dos pesares, não sabia como te explicar tudo na hora, levei dois dias para conseguir entender, mas não vejo pessoa melhor para passar o resto da minha vida a não ser você. Meu amigo, e amor para toda a eternidade. Continuo apaixonada por ti, mais do que antes, pois cada momento que passamos juntos me dá vontade de ficar ainda mais com você. Te amo demais, da tua Gui.


PS: só clássicos dos mais óbvios até esquecidos, momento Raul com Aluga-se e bis com Meu erro e Flores. Me acabei!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Novos Interesses II

Depois de dez anos tratando minha gastrite como parte de mim decidi parar com isso. Fiz os exames e depois de uma longa espera fui receber o veredicto do médico. Já estava irritada tendo certeza que ele iria me passar omeprazol ou ranitidina (que no meu caso não adiantam há muito tempo) quando ele fala as palavras mágicas: "nem vou te passar remédio. Essas porcarias não funcionam". Meus olhos brilharam, depois da única consulta de mais de dez mínutos que eu já tive passei a idolatrar o Dr. Pedro Simão rs Ele recomendou uma dieta e homeopatia. Eu e o Deh estamos entrando nessa onda mais natural, ontem mesmo comemos uma omelete ligth com 12 ovos, um peito de frango, meio quilo de queijo e cheiro verde. Nada disso faz mal, né?
Estou parando com qualquer tipo de remédios alopata. Já consegui passar por uma faringite com gargarejo de malva (nas últimas vezes fico tão ruim que só passa com benzetacil). Ontem foi a prova de fogo, passar pela cólica sem analgésicos. Perdi duas horas de sono, mas consegui passar só no chá de camomila.

E é isso, feminismo, medicina natural, maternidade. Acho que essa nova fase se resume a uma palavrinha mágica que aprendi com dona Máira Nunes: emponderamento. Ter controle do que eu quero fazer do meu corpo. E por aí vamos.

abs a todos.

Novos Interesses I

Não sou uma pessoa vaidosa. Não mesmo, mas têm algumas vezes que sismo que devo ser. Desta penúltima vez comecei a ver vários blogs de beleza e em um comentário uma menina falava de um blog de uma feminista que não usava bolsas, maquiagem, nada. Fiquei curiosa e assim descobri o http://ludmilismos.blogspot.com/.
Achei bem interessante e embora não concorde com certas coisas li o blog no fim até o começo. Nos blogs recomendados vi um com nome bonitinho o http://escrevalolaescreva.blogspot.com/. E assim esqueci quase completamente maquiagens (quando estou com um rosto pior que um defunto passo algo para não parecer um zumbi) e comecei a fuçar o blog da Lola (com três anos de posts diários é difícil ler ele inteiro, mas adoro as crônicas de cinema e diálogos com o maridão).
Paralelo a isso no dia das mães cansada de ver o Gugu torrando grana em Miami descobri que a Kathy (a fundadora da commu que eu e o Dé participávamos) tinha um blog coletivo sobre maternidade mais participativa o http://www.blogmamiferas.com.br/. Nesse dia depois de tanto o Eder Gouveia pedir um filho de natal decidimos encarar o projeto. Desde então paramos com o anticoncepcional e se vier veio.

Blog novo. De novo.


Não deveria ser tão fácil fazer um blog. Sério. Tudo bem que foi justamente esta facilidade que causou o boom blogueiro... Vamos mudar a sentença: Não deveria ser tão fácil EU fazer um blog.
Começo cheio de projetos e esperanças e quando vejo desisto, paro de atualizar. e digo: no próximo será diferente. Estão vendo a mancada? Eu nem deveria pensar em um próximo, mas enfim. Vamos ver até onde este vai dar.

Abraços a todos.




Imagem daqui: http://pastoralfamiliarrj.blogspot.com/2010/05/este-curso-promete.html