quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Morangos Silvestres


Não conformada com a filme de ontem, e após ler que ele era diferente dos outros filmes de Bergman, hoje resolvi assistir um que minha mãe disse que gostou muito: Morangos Silvestres. Melhor coisa que eu fiz. 
O filme é sobre Izac Borg, um médico de 78 anos que irá receber um prêmio pelos seus 50 anos de carreira. Para isso ele faz uma viagem de carro com sua nora para a cidade da premiação. Essa viagem além de física acontece também por meio de lembranças, sonhos e conversas com sua nora, parentes e pessoas que ele conhece pelo caminho. Isso faz ele refletir como ele viveu sua vida, em quem se transformou e o quanto está perto da morte.
Perto de O Ovo da Serpente Morangos Silvestres é uma sessão da tarde de tão gostoso e leve de assistir. Em breve assistirei outro para tirar a melhor de três.

O Ovo da Serpente


É uma vergonha eu querer ser uma jornalista de cultura e nunca ter visto um filme de Bergman. Devo admitir que o cara me intimida. Não gosto da ideia de assistir e não gostar (e ser taxada de simplória e rasa) ou falar que gostei para fingir que sou inteligente.
Pois bem. Meu professor Enzo sugeriu que eu assistisse o Ovo da Serpente, pois falava do início do nazismo. Baixei. Assisti. E até os 45 minutos do segundo tempo não havia gostado. Na metade do filme ainda conversei com minha mãe, me resignando a ser uma pessoa mais limitada do que eu própria admitia. 
O filme conta uma semana na vida de Abel Rosenberg em Berlim de 1923. Ele, um judeu estadunidense, é  um trapezista de circo desempregado. Junto com sua ex cunhada tenta entender o que levou ao suicídio do irmão.  
A parte histórica está lá: o desemprego, o anti semitismo, a fome. Heranças da Primeira Guerra que ajudaram a germinar o nazismo. O que me incomodou foi o protagonista. Dá angústia ele não falar quase nada. Os sentimentos estão à flor da pele, mas o diacho não fala. O filme inteiro parece preparado para o trecho final, que discorre expressamente sobre Hitler, seus planos para a Alemanha e o que ela se tornará. Pela parte final valeu ter assistido. Esperava algo denso de Bergman, mas algo diferente.

Mas sou teimosa e não desisto, mais Bergman no próximo post.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

101 coisas em 1001 dias

Zanzando na internet achei esse blog que falava do projeto: http://futrico.net/101-coisas-em-1001-dias2009/
Sobre o Projeto: O projeto entrou no ar no dia 18 de dezembro de 2005, inspirado na versão em inglês.
A missão: Completar 101 metas previamente estabelecidas no período de 1001 dias.
Critérios: As tarefas precisam ser específicas, realistas, mensuráveis e exigir algum esforço, mesmo que pequeno.
Idéia no Brasil de http://www.patriciamuller.com/101

Início: 30 de novembro de 2011. 
Prazo final: 27 de agosto de 2014.

Minha lista:

1.                  Conseguir um estágio.
2.                  Ajudar o David a decidir o curso de faculdade.
3.                  Ajudar o David a passar no vestibular.
4.                  Reabrir e manter uma poupança.
5.                  Cumprir as 240 horas complementares.
6.                  Terminar a faculdade.
7.                  Publicar um artigo.
8.                  Atualizar o blog pelo menos uma vez por semana.
9.                  Resenhar pelo menos cinco livros, filmes e séries.
10.              Aprender e fazer um layout para o blog.
11.              Manter meus emails em dia por um ano.
12.              Organizar meu email.
13.              Manter um diário por um mês consecutivo.
14.              Comprar uma agenda.
15.              Manter uma agenda organizada e consultá-la por um ano.
16.              Tirar uma foto por semana.
17.              Organizar telefones na agenda.
18.              Renovar minha identidade e CPF.
19.              Criar e manter atualizado uma conta no flickr ou afim.
20.              Atualizar minha conta do skoob (e manter atualizada).
21.              Organizar os documentos de 2011.
22.              Assistir três filmes do Igman Bergman.
23.              Assistir três filmes do Godard.
24.              Assistir todos os filmes do Clint Eastwood (como diretor)
25.              Ouvir a discografia completa dos Stones.
26.              Ouvir a discografia completa do Bowie.
27.              Descobrir cinco bandas novas.
28.              Ler cinco clássicos da literatura (de preferência um russo)
29.              Ler pelo menos uma revista por mês.
30.              Ler pelo menos um livro por mês.
31.              Conhecer novos cinco restaurantes ou afins.
32.              Ir ao cinema pelo menos seis vezes ao ano.
33.              Ler um livro em inglês.
34.              Assistir um filme em 3D.
35.              Zerar Zelda Ocarina of Time.
36.              Zerar Limbo.
37.              Comprar Cem Anos de Solidão.
38.              Terminar de ler a Torre Negra.
39.               Ler os Maus.
40.              Terminar de ler o Tempo e o Vento.
41.              Terminar de ler Brumas de Avalon.
42.              Tirar uma foto estilo auto-retrato por mês por um ano.
43.              Terminar minha lista de músicas fundamentais.
44.              Comprar um tabuleiro de xadrez.
45.              Ganhar no xadrez do David e do Eder.
46.              Aprender a fotografar.
47.              Aprender a fazer pudim de leite.
48.              Aprender a dirigir.
49.              Aprender a ser mais paciente.
50.              Aprender a ser menos teimosa.
51.              Manter as unhas arrumadas por pelo menos um mês seguido.
52.              Hidratar meu cabelo.
53.              Lavar corretamente o rosto por pelo menos um mês seguido.
54.              Parar de comprar esmaltes até usar todos os que eu tenho.
55.              Passar hidratante depois do banho por um mês.
56.              Comprar uma calça jeans.
57.              Curar minha gastrite.
58.              Tratar a enxaqueca.
59.              Ir ao ginecologista.
60.              Colocar aparelho.
61.              Aprender a me maquiar.
62.              Manter as roupas passadas por um mês.
63.              Emoldurar todos os quadros.
64.              Reformar a cozinha.
65.              Reformar o banheiro.
66.              Acabar de decorar o apartamento.
67.              Trocar a cortina do quarto.
68.              Comprar banquetas para a cozinha.
69.              Comprar uma cadeira de rodinhas para o pc.
70.              Comprar a tv.
71.              Comprar uma coifa.
72.              Ter porta-retratos da família.
73.              Fazer uma ceia de natal em casa.
74.              Comprar um pinheirinho de natal.
75.              Organizar o guarda-roupa (doar o que não usamos mais).
76.              Definir um estilo pessoal para roupas.
77.              Comprar um mural.
78.              Comprar um carro.
79.              Chamar amigos para um jantar em casa.
80.              Testar 10 novas receitas.
81.              Fazer a minha árvore genealógica.
82.              Fazer uma festa de aniversário para o Eder.
83.              Organizar o aniversário de casamento dos meus sogros em 2012.
84.              Ir à feira, comprar frutas e come-las!
85.              Pintar a casa.
86.              Rever cinco amigos.
87.              Conhecer alguma cidade nova.
88.              Ir para a praia.
89.              Fazer um piquenique em um parque.
90.              Passear de trem.
91.              Ir a um museu.
92.              Contar até dez antes de uma discussão.
93.              Provar sorvete de chocolate amargo.
94.              Ir a uma festa de casamento.
95.              Comprar o presente que a Camila pediu.
96.              Ir a um parque de diversões.
97.              Andar de avião.
98.              Manter contato com pessoas que gosto.
99.              Ler as coisas que escrevo no caderno.
100.          Dizer a todas as pessoas que amo que as amo.
101.          Tentar realmente terminar essa lista.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Soul Love à noite o céu é perfeito

E lá estava eu perambulando pela internet, procurando um modo diferente de arrumar meu cabelo quando me deparo com esse simpático blog http://www.heycute.com.br/. Além de dicas legais sobre beleza, cabelo e cia. a blogueira tem uma sessão em que recomenda os livros que leu, o que de fato me interessa mais do que cremes. E é aí que chego à Soul love. Confesso que não li a resenha inteira, mas como em meu período sabático ainda não havia lido nada de literatura e como era um livro curto e pelo que diziam bom, porque não?




SINOPSE: Jenna não quer trair os amigos e não revelará o que se esconde por trás de sua expulsão do colégio, assumindo toda a culpa sozinha. Como castigo sua mãe a levou para passar algum tempo com uma tia numa tediosa cidadezinha do interior. É lá que Jenna encontra Gabe, um rapaz autêntico, melancólico e reservado. Completamente diferente de todas as outras pessoas ela conhece. É inevitável - Jenna se apaixona por ele. Será que Gabe é sua alma gêmea? Ele mostra a Jenna a beleza de um céu noturno sem nuvens, escuro, um contraste perfeito para o brilho das estrelas. E, em meio a livros, música, poesia e noites estreladas, o sentimento entre eles se torna cada vez mais forte. Mas Cleo, uma garota antipática que tem uma ligação muito estranha com Gabe, não está gostando nada desse romance. Afinal, ela não quer que ninguém mais saiba o grande segredo de Gabe...

O livro é narrado pela protagonista, Jenna. Ela tem 15 anos e por isso tem pensamentos e problemas comuns à sua idade. Olhando os problemas dela, tão fáceis de serem resolvidos e superestimados vejo que muitas vezes faço isso com os meus. Quantas horas de tormento foram por causa de algo que não tinha valor? É o Jenna percebe ao colocar sua expulsão do colégio e seus relacionamentos comparados a um problema realmente sério de alguém que ela ama. É muito bom ver o amadurecimento da personagem e sua forma de ver o mundo. Uma narrativa simples de um fato atormentador. Parece clichê, e talvez seja, mas a lição pode ser: se preocupe somente com o que de fato vale a pena, ou aprenda a viver com isso. 
Recomendo.


abraço a todos.

domingo, 24 de julho de 2011

and I wake up alone


Não conseguia compreender como alguém poderia gostar tanto de um artista a ponto de chorar de verdade pela sua morte. Não passei (como fã) pela morte de Cazuza, Renato Russo, Kurt Cobain, nenhum grande. Lembro que ficar muito chocada pela Cássia Eller, mas eu não gostava tanto dela na época. Até que hoje resolvi ouvir Back to Black pela primeira vez depois do ocorrido. E aí? E aí que por sorte estava entrando no banheiro e pude me trancar no cubiculo chorando copiosamente enquanto entendia que ela se foi. Um fim de semana triste.
Abraço a todos.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Do dia do rock



Momentos:

Minha mãe cantando para mim o que eu pedisse. Minha interpretação favorita era Rita Lee.
Minha irmã fazendo dueto com minha mãe cantando Tim Maia. Não há primavera que não comece sem lembrar disso.
Meu irmão criança cantando Negue com Maria Bethania ou Non je ne regrette rien com a Cássia Eller.
Descobrir com meu irmão aos 40 anos de Sgt Pepper's que eu amo The Beatles.
Parar hipnotisada no meio do Extra com minha mãe ao ver um show do Guns para ver o Axl novinho rebolando.
Ouvir rádio rock com meu pai. Passear com ele ouvindo The Cure. Ver ele chorando ouvindo Astor Piazzolla.
Ver minha mãe aprendendo a dançar.
Meu cunhado e irmã emprestarem cds do The Doors para o desespero dos meus pais.
Quando ganhei uma antologia da Janis Joplin e dias depois minha mãe pedindo pelamordedeus para eu escutar outra coisa.
Chorar copiosamente ouvindo o acústico Lobão e pensar no meu amor.
A Brunna falando que lembra de mim quando ouve a verão tango de Roxanne (até hoje não entendi bem o que ela quis dizer).

Nem tudo disso é rock, mas é uma maravilha saber que minha família é tão musical.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Será que foi tudo isso em vão?

Li, entre ontem e hoje, Renato Russo - O Trovador Solitário, biografia escrita pelo jornalista Arthur Dapieve. Ela narra a infância até um pouco depois da morte do vocalista da Legião Urbana. Conta sobre as influências literárias e musicais de Renato Manfredini Jr. e seu projeto de ter a maior banda de rock do Brasil.
Não tem nenhum momento Caras, não entra muito na vida pessoal, não tem nenhum escândalo e até onde eu saiba nenhuma revelação. Se pauta mais na parte proficional e na Legião Urbana. Os adolesentes de Brasília, o Aborto Elétrico e os primeiros shows. Depois quando o Paralamas do Sucesso canta Química no Rock in Rio e Bi Ribeiro ajuda no contrato com a EMI- Odeon.
Não é um livro chocante, é elegante e atende bem a quem quer saber mais sobre o que influênciou cada disco. Para uma leiga que não viveu aquela época foi um bom livro para o final de semana.

O senhor Renato Russo representa bem o que o senso comum entende como personalidade de artista: sensível, tempestuoso, genial. Suas letras refletem as condições de uma juventude que tinha atingido a liberdade, que poderia se expressar depois de uma longa ditadura militar. Os problemas eram outros: a descoberta do HIV que levou tantas pessoas, a homofobia, a transição política, a instabilidade econômica. Minha mãe fez parte dessa geração e me transmitiu parte de seus gostos musicais.
Hoje quase não me incomodo em ter que emprestar dela seus ídolos na falta de ícones na minha geração.

Como uma boa criança aprendi a cantar Faroeste Caboclo, Eduardo e Mônica e me decepcionei quando não havia mais histórias para cantar. Como adolescente aprendi com Meninos e Meninas que é possível gostar dos dois (conhecia a homoafetividade, mas não sabia da possibilidade de ambos. Isso foi antes do pan sexual) e com 1º de Julho na voz de Cássia Eller eu vislumbro como é o amor maternal e todas as facetas de uma mulher.

Esse começo faz parte de um projeto pessoal para entender melhor o passado recente e principalmente cultural do Brasil. Se você tiver alguma sugestão por gentileza me fale.

Abs a todos.